Este artigo objetiva identificar as representações das Comunidades de Fundo de Pasto, nas imagens produzidas pela Comissão Pastoral da Terra – CPT. O percurso metodológico prima pela Análise Crítica do Discurso (ACD) presente nos materiais pedagógicos elaborados por tal institucionalidade e acessado nos momentos de formação ou nos eventos que trabalham processos educativos. Assim sendo, escolheu-se como lócus do estudo a Comunidade de Fundo de Pasto composta pelos povoados de Angico dos Brandões, Bruteiro, Ipoeira Grande, Ipoeira dos Brandões, Lagoinha, Mocó, Riacho do Mocó e Traíra, onde a CPT tem promovido intervenções junto aos comunitários. Evidenciou-se com este estudo que o movimento visualiza o Fundo de Pasto através da representação da inclusão pelo processo de participação do tipo ativação, embora apareçam elementos que configuram inclusão do tipo apassivação por beneficiação, como também a presença da imagem como narrativa religiosa e libertadora, com forte teor político embasado na teologia da libertação e no ecologismo dos pobres em que o camponês é representado como povo de Deus em busca da terra prometida e o militante se auto define como o Novo Moisés a libertar o povo da escravidão e conduzi-lo a libertação e a terra prometida. Conclui-se que os processos educativos promovidos pela CPT , são carregados de ideologias que instigam os camponeses à resistência pela preservação dos modos de vida comunitarista, contra a lógica hegemônica do capital.