O método tradicional de combate aos térmitas (cupins) tem como princípio a utilização de produtos químicos sintéticos. Estes inseticidas apresentam toxicidade para o homem e outros seres vivos e risco de contaminação ambiental. Por essas razões muitos pesquisadores têm interesse em substâncias oriundas de madeiras resistentes à biodegradação como alternativa ao controle de térmitas (SANTANA et al., 2010). Entre as madeiras de elevada durabilidade natural mais usadas em construções rurais e urbanas destaca-se a da espécie Schinopsis brasiliensis Engl.
S. brasiliensis é uma árvore característica da Caatinga que pertence à família Anacardiaceae e é conhecida popularmente como braúna, baraúna, braúna - do - sertão, chamucoco e pau-preto (LORENZI, 1998). Com relação à madeira de S. brasiliensis, Cardosoet al., (2015) relatam que é de grande valor econômico, em virtude de sua elevada resistência ao ataque de insetos.
Cientificamente, pouco se conhece a respeito da composição química e do comportamento real da madeira de S. brasiliensis em relação à resistência ao ataque de organismos xilófagos. Até o momento, só há dois trabalhos prévios os quais conduziram ao isolamento de quatro n-alquil fenóis, um esteroide, dois biflavonoides, dois flavonoides, megastigmano, ácido gálico e galato de metila (CARDOSO et al., 2015).
Tendo em vista estas informações aliadas à grande demanda atual do uso de produtos naturais como inseticidas justifica-se o estudo químico e a avaliação da atividade antitermítica da madeira em questão. Portanto, este trabalho teve como objetivo realizar o estudo antitermítico das fases em hexano, diclorometano e acetato de etila obtidas da partição do extrato etanólico da madeira de Schinopsis brasiliensis Engl. (braúna), frente à espécie de cupins Nasutitermes corniger. Em seguida purificar a fase que apresentar melhor atividade antitermítica, utilizando-se técnicas cromatográficas e caracterizar as substâncias isoladas por métodos espectrométricos (RMN 1H e 13C, CG-MS, ESI-MS).