SOUZA, Diogo Rodrigues et al.. Uso de benzodiazepínicos por idosos. uma revisão sistemática. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/2363>. Acesso em: 23/11/2024 01:55
INTRODUÇÃO: O envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos, independentemente. Sendo caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais. É diferente para cada pessoa e dependendo do seu percurso pode levar, no idoso, ao aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis o que implica no uso de medicações permanentes para a manutenção da qualidade de vida. Em alguns casos essas condições exigem medicamentos controlados, como é o caso dos benzodiazepínicos. OBJETIVO: Conhecer os principais motivos que levam os idosos a fazerem uso de benzodiazepínicos para manutenção da qualidade de vida. METODOLOGIA: O trabalho tratou-se de uma revisão sistematizada onde foram consultadas como base de dados a Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a National Library of Medicine, EUA (PUBMED) com o uso dos descritores “receptores gaba A”, “idosos”, “benzodiazepínicos”, “medicações”, “aged”, “Receptors, GABA-A” e “Receptors, GABA-A + Aged” usados separadamente e interligados, encontrados através do uso dos descritores DECS e MESH. Foram encontrados 858 artigos na PUBMED e 346 artigos no LILACS. Como critérios de inclusão para esta pesquisa foram utilizados artigos escritos entre 2003 e 2013, artigos que tratam especificamente do uso de benzodiazepínicos por idosos, e artigos escritos em inglês, português ou espanhol. Foram excluídos as duplicatas os artigos de revisão e os artigos que não cumpriram com os critérios de inclusão. Após a aplicação dos filtros e da leitura dos resumos foram encontradas 27 duplicatas e foram excluídos 1116 trabalhos ficando 61 artigos para análise. Todo o processo foi repetido por um segundo autor e toda a pesquisa foi feita de forma duplo cego. Os autores do trabalho se encontraram após a coleta e análise dos dados para avaliação e discussão dos resultados. RESULTADOS: Na análise dos dados pode-se constatar que vários são os fatores que levam os idosos a usarem os benzodiazepínicos. Dentre os principais nós podemos citar: dificuldade de adaptações a novos papéis sociais, perdas orgânicas e afetivas, e principalmente o uso associado a anti-depressivos no tratamento da depressão. Pode-se constatar também em muitos artigos o uso incorreto dos benzodiazepínicos pois eles não são antineuróticos, antipsicóticos, ou antiinsônia, como pensam muitos clínicos e pacientes. A melhor indicação para os benzodiazepínicos são nos casos onde a ansiedade não faz parte da personalidade do paciente ou ainda, para os casos onde a ansiedade não seja secundária a outro distúrbio psíquico. CONCLUSÃO: Com esse trabalho ficou claro a necessidade de capacitar adequadamente profissionais prescritores para essa função, e de uma política de saúde que realmente se faça valer para que o cidadão idoso tenha um acompanhamento de melhor qualidade. Sabe-se que o envelhecimento é uma etapa do ciclo da vida que pode ser acompanhado por modificações biológicas, fisiológicas, cognitivas, patológicas e socioeconômicas. No entanto, as particularidades da idade, não determinam que o idoso seja um ser “indefeso”, “doente”, “dependente” ou “frágil”, mas que necessita de atenção especial para ter uma vida ativa e saudável.