Neste ensaio trazemos contribuições dos estudos da colonialidade ao campo da educação ambiental, identificando expressões de descolonialização, sobretudo, da mãe natureza, na cosmovisão africana. Nesse viés, reunimos três eixos de reflexões que derivamos do diálogo que as nossas pesquisas acadêmicas favoreceram, assim tematizamos a educação ambiental dialógica na aproximação com a colonialidade da mãe natureza, de maneira que os fluxos conceituais entre esses estudos ocorreram por meio de revisões bibliográficas. Também abordamos por meio de leituras, alguns escritos que valorizam e visibilizam potências descoloniais na e da cosmovisão africana. Avançando nestas leituras de mundo, foram importantes as incursões bibliográficas e de campo que realizamos em nossas pesquisas de doutorado. Consolidando a trajetória desse trabalho, da cosmovisão africana emergem saberes descolonializantes a contribuir frente às situações diversas de opressão, subalternidade e degradação socioambiental decorrentes do avanço da modernidade como padrão hegemônico no planeta, causando diferentes formas de dominação e exploração violenta da mãe-natureza, justamente pelo viés colonializante com que concebem e tratam a vida e seus viventes. Os aspectos descoloniais de saberes, como as que estão presentes na cosmovisão africana, operam como epistemologias diferenciadas que valorizam e nos permite sentir como parte do todo, porque nos concebe como natureza. Nesse sentido, são dispositivos de libertação que fortalecem, animam e reinventam a educação ambiental crítica e dialógica. Dessa forma, entendemos que epistemologicamente, este escrito contribui para um debate frutífero que está ocorrendo principalmente na América latina sobre a produção de conhecimento, que leva em consideração e valoriza a pluralidade de saberes, aqui em questão os saberes da cosmovisão africana, particularmente mais ligados à natureza.