Neste trabalho buscamos problematizar os encadeamentos percebidos no âmbito escolar no trato com sujeitos declarados homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, realizada em duas escolas, o Colégio Municipal Padre Galvão e o Colégio Afonso Campos, ambas na cidade de Pocinhos- PB. A pesquisa se deu a partir de uma revisão da literatura, seguida da realização de uma entrevista semi-estruturada com dois professores e dois alunos pertencentes às instituições acima mencionadas. Nosso estudo buscou evidenciar as práticas de preconceito, discriminação, homofobia e lgbtfobia no contexto escolar, direcionadas aos sujeitos que deixam-se "mostrar" nesse ambiente, de forma que torna-se mais confortável para eles não demonstrarem sua sexualidade. Assim, pretendemos apontar possíveis circunstâncias e inferências desse "não aparecer" para os sujeitos, a relação destes com a escola e as possibilidades de mediação do professor e do profissional de psicologia. Tomando como referência a experiência vivenciada nas duas escolas, anteriormente referenciadas, no tocante aos temas sexualidade de sujeitos LGBT, podemos perceber que a omissão da Escola, o despreparo dos professores e os casos de lgbtfobia são realidades próprias da nossa sociedade, e não apenas de determinado contexto regional. Observou-se que é dado um trato diferenciado aos sujeitos que se colocam numa posição de discrição de práticas discursivas e comportamentais no que concerne à sua sexualidade, de forma que, ao evidenciarem determinadas performatividades de gênero, são hostilizados e rechaçados. Episódios de comportamento lgbtfóbico são recorrentes nos dois estabelecimentos de ensino, assim como as declarações lgbtfóbicas por parte de alunos, professores e funcionários.