O estudo do léxico na escola é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e cultural do educando pois contribui para apropriação e ampliação da fala, da leitura e da escrita, competências essas imprescindíveis para atender às diversas demandas da vida cotidiana, tendo em vista o homem enquanto ser social que elabora e reelabora seus conhecimentos. Destarte, pensar sobre o ensino do léxico é tomar consciência sobre a importância de se compreender o uso da “palavra”, ou seja, ter intencionalidade e clareza no instante que se fala, que se lê e que se escreve. Esta reflexão permite que o educador construa junto ao estudante uma aprendizagem significativa que não reduz o vocábulo a um conjunto de regras e combinações, porém, busca entendê-lo quanto aos seus aspectos culturais. Nessa perspectiva, este estudo tem como objetivo dialogar com o leitor acerca das interpretações realizadas no tocante ao ensino do léxico em sala de aula, a partir da observação de duas aulas de Geografia, numa turma do 4º ano, do Ensino Fundamental, de uma escola privada - Currais Novos, RN-. O artigo foi executado no interior do componente curricular “Pesquisa Educacional”, no 3º período, do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – como uma atividade avaliativa. Para tanto, o estudo teve como metodologia de pesquisa a abordagem qualitativa na qual, as autoras analisam os recursos didáticos – texto e atividades – utilizados no decorrer das aulas, assim como a entrevista que foi aplicada com o professor, objetivando entender o que é o léxico de uma língua e como o uso do dicionário pode subsidiar esse ensino, tendo especialmente como embase teórico os pressupostos de ANTUNES (2012). Ademais, também são feitas inferências com respaldo nas conjecturas de ANTUNES (2014), ARANHA e MARTINS (1993), BAKHTIN (2011) e FIORIN (2015) para análise do objeto de estudo. Sendo assim, a análise dos dados, procedimentos e colóquios estabelecidos com os teóricos ao longo da investigação possibilitou a constatação de que o estudo da linguagem, no âmbito escolar, tem oferecido à gramática “descontextualizada” maior espaço quando comparado ao estudo dos sentidos e intenções do léxico para interação social.