Este artigo é oriundo da utilização de diversos procedimentos metodológicos conduzidos com a finalidade de investigar o processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência de uma escola pública municipal de Picos, PI. A partir de pesquisa bibliográfica, documental e de campo buscou-se verificar as metodologias aplicadas no dia-a-dia da prática docente com alunos deficientes e investigar o currículo interdisciplinar e a prática pedagógica com estes alunos. Foi escolhida a turma do 8º ano por conter, entre 12 alunos, um com deficiência mental (DM) grau leve e outro com deficiência física (DF). O aluno com DM tem idade superior aos demais e os professores reportam que retém pouca informação. Os membros superiores trêmulos do aluno com DF impossibilita-lhe de realizar atividades didáticas básicas, porém apresenta excelente compreensão dos conteúdos segundo os professores. Apesar da legislação prever professores capacitados para promover integração desses alunos e profissionais destinados ao seu acompanhamento, os professores das classes regulares não receberam treinamento e não foi verificada presença da referida ajuda dentro da sala de aula. Além disso, os professores declararam tempo inadequado para trabalhar com alunos especiais na classe regular e que o rendimento dos que recebem assistência dos pais é superior. A LDB é parcialmente desconsiderada na turma uma vez que os alunos especiais são avaliados com os mesmos critérios dos demais. Por fim, considera-se que maior consciência da intertransculturalidade no ensino poderá promover mais aspectos multiculturalizantes e ressalta-se a necessidade de cursos de formação específicos para os professores que trabalham em classes regulares com alunos especiais.
Palavras-chave: Educação especial, interdisciplinaridade, currículo intertranscultural.