RIBEIRO, Maria Goretti. O arquétipo da prostituta sagrada na poesia brasileira moderna. Anais ABRALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2012. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/1847>. Acesso em: 24/11/2024 12:07
Este trabalho tematiza a prostituta sagrada, figura mítico/histórica (que data de 3.500 a 2.200 a.C ), que servia como sacerdotisa da deusa do amor, do sexo e da fertilidadenos templos arcaicos orientais e ocidentais e nos rituais de fertilidade da Grande Deusa, comparando valor mítico dessa deidade e sua função arquetípica na poesia romântica e simbolista, cuja imagem se realiza como irrupção do inconsciente coletivo por meio da subjetividade poética que atribui valor sagrado e profano ao corpo e à alma feminina. Com base nos pressupostos teóricos mitopsicológicos propostos por Frazer, Eliade, Campbell, C. G. Jung e Qualls-Corbett, evidenciamos e tentamos compreender o sentido mitopsicológico do Eros feminino que constrói a imagem da mulher na poesia moderna brasileira de autoria masculina, especificamente Castro Alves e Cruz e Souza, demonstrando que tais imagens são motivadas pelo arquétipo da prostituta sagrada e da fêmea fatal, considerada pela psicologia profunda como energia erótica positiva que vitaliza a sexualidade e a espiritualidade humana porque associa a vida instintiva à criatividade, ao sentimento amoroso e à percepção dos sentidos instintuais do Feminino no inconsciente coletivo e pessoal e ativa as fantasias, idealizações e os sentimentos de atração, sedução e repulsa pela mulher desejada e/ou condenada pelo eu poético masculino.