Crescentia cujete L., planta pertencente à família Bignoniaceae, nativa da América tropical, encontrada no nordeste do Brasil, é conhecida popularmente como coité, é uma espécie arbórea de 4 a 6 m de altura e que possui como característica marcante seus frutos grandes e globulosos, de casca dura e lisa, contendo uma polpa esbranquiçada. É amplamente usada como medicinal em diversos países do continente americano, para o tratamento de uma variedade de doenças, principalmente respiratórias. Por conter ácido cianídrico, causar abortos em animais e possuir potencial cancerígeno, esta é considerada como uma planta venenosa. É objetivo do presente estudo, revisar e compilar informações descritas na literatura sobre a composição química e atividades biológicas da espécie C. cujete. Considerando a importância do coité na medicina tradicional, realizou-se uma pesquisa bibliográfica relacionada à fitoquímica e as atividades biológicas, consultados a partir diferentes bases de dados, como Pubmed, Scielo, Science Direct, entre outras. Foram incluídos trabalhos que relatavam resultados de estudos etnobotânicos, fitoquímicos e biológicos, entre estes farmacológicos e toxicológicos. Estudos fitoquímicos preliminares identificaram a presença de diversas classes de metabólitos secundários, são eles os ácidos orgânicos, saponinas, fenóis, taninos, flavonóides, esteróides, terpenos, alcalóides, antraquinonas e cardenolídeos. Investigações fitoquímicas mais detalhadas levaram ao isolamento de uma serie de glicosídeos, furofuranonaftoquinonas, furanonaftoquinonas, iridóides, iridóides glicosilados e outras substâncias. Quanto às atividades biológicas, os diversos extratos das folhas, casca e fruto têm sido encontrados, sendo ativo contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e alguns fungos. O coite teve sua atividade antiveneno demonstrada tanto in vivo como in vitro, contra as espécies de serpentes, Vipera russelli e Bothrops atrox. Outras atividades, como antioxidante e anti-inflamatório também foram demonstradas para C. cujete, ambas com uma relação dose-dependente. Em relação a sua toxicidade, foram obtidos resultados contraditórios, sugerindo variação na composição fitoquímica dos extratos. Embora seja uma planta com vários fins terapêuticos, seu potencial tóxico foi demonstrado em ensaio preliminar, conforme apresentado na literatura, necessitando ser submetido a estudos adicionais para avaliação de sua toxicidade, bem como os mecanismos envolvidos.