O mulungú (Erythrina velutina Willd.) é uma Fabaceae de porte arbóreo, atingindo alturas de 8 m a 12 m e apresenta características de planta decídua e heliófila. Devido à ênfase na propagação de espécies arbóreas nativas e sendo a semente o principal meio para a reprodução dessas espécies, ressalta-se a necessidade de gerar conhecimento sobre a emergência destas, caracterizando-se seus atributos físicos e fisiológicos uma vez que, nas espécies nativas, a variação na germinação e ou emergência é muito grande entre diferentes populações. Diante do exposto, objetivou-se avaliar a qualidade fisiológica em sementes de E. velutina, submetidas a diferentes condições de estresse hídrico, com a finalidade de fornecer informações sobre a fisiologia da germinação que possam auxiliar na disseminação e utilização da espécie. As sementes de E. velutina foram coletadas em áreas da Caatinga paraibana e posteriormente encaminhadas ao Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Estadual da Paraíba. Após o beneficiamento, as mesmas foram submetidas a cinco diferentes níveis de capacidade de retenção (20, 40 e 60%). Para cada tratamento, foram utilizadas quatro repetições de 25 sementes e ao final do período destinado ao teste de germinação, foram analisadas as seguintes variáveis: porcentagem de germinação, primeira contagem de germinação, índice de velocidade de germinação, massa fresca e seca de plântulas, comprimento da parte aérea e da radícula e porcentagem de sementes duras e mortas. Na porcentagem de germinação, primeira contagem de germinação e no IVG foi observado resultados inferiores no tratamento de 20%, diferente do que aconteceu com as sementes duras e mortas, onde os tratamentos de 20 e 40% apresentaram os melhores resultados. Já com relação massa seca, massa verde, comprimento da parte aérea e comprimento radicular os melhores resultados foram obtidos nos tratamentos de 40% para massa verde e seca e 60% para o comprimento da parte aérea e o comprimento radicular. As sementes de mulungú apresentam capacidade de adaptação ao estresse hídrico moderado, apresentando potencial para ser utilizada com sucesso em algumas fases da recuperação de áreas degradadas; contudo, o déficit hídrico severo pode afetar o início da germinação e atrasar seu desenvolvimento.