A região semiárida abrange uma área de 969.589,4 km², nessa região vivem cerca de 22 milhões de pessoas, cerca de 11,8% da população brasileira, fazendo desta a região semiárida mais populosa do mundo. Apesar de ser a região semiárida mais chuvosa, com medias entre 200 a 800 mm anuais, irregularmente distribuída ao longo do ano o que combinada com os solos rasos e taxa de evapotranspiração superior a 2 mil mm faz que estes ambientes apresentem um grande déficit hídrico ao longo do ano. Sua ocupação está ligada historicamente às práticas de agricultura de subsistência e da pecuária praticadas, muitas vezes, além do limite de suporte do ambiente, resultando assim na degradação da biodiversidade local, submetendo algumas áreas ao processo de desertificação. Assim, o presente trabalho busca discutir, dentro do contexto do desenvolvimento sustentável, al-ternativas de desenvolvimento que sejam viáveis (ambientalmente e socioeconomicamente), apre-sentando, para isso, as contribuições do planejamento ambiental para a conservação da biodiversi-dade destas áreas. De acordo com Sousa e Oliveira (2002) destaca que a região semiárida tem sofrido, ao longo do seu período de ocupação, intensas transformações no seu ambiente natural, ocasionando impactos e degradação ambiental graves e, muitas vezes, irreversíveis, sobre o ambiente em função dos dese-quilíbrios ecológicos. Fato este destacado também pelo MMA que estima perdas anuais em torno de 800 milhões de dólares, decorrentes do processo de desertificação, e gastos da ordem de até 2 bi-lhões de dólares para aplicação e recuperação das áreas mais intensamente degradadas. A efetivação do planejamento ambiental pressupõe o conhecimento de todas as variáveis – tanto ambientais como sociais – envolvidas na dinâmica de determinado território. Variáveis como geologia, relevo, clima, uso e ocupação, solos e vegetação, devem ser consideradas durante o processo de análise e planejamento, sendo o ponto de partida para a delimitação das zonas de uso, levando em consideração a capacidade de suporte e a resistência da área a alterações. O planejamento ambiental, aplicado aos ambientes semiáridos, viria a contribuir com a manutenção da qualidade ambiental local, sendo o meio mais viável de enfrentamento aos efeitos da desertifica-ção sobre os sistemas socioeconômicos locais, ao propor formas de uso e ocupação que compatibi-lizem com a capacidade de suporte do ambiente natural. Porém, como processo, deve ser feito em etapas, revisando periodicamente os planos, projetos e metas a serem alcançadas (e cumpridas), de forma a melhor adequar o modelo de exploração do ambiente à realidade observada.