No presente trabalho constam resultados do monitoramento da qualidade da água armazenada em cisternas, para consumo pela população da comunidade de Santa Luzia, em Picuí-PB . Foram coletadas amostras, para análise físico-química e bacteriológica, de acordo com a Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde. As coletas foram realizadas em 2 ou 3 pontos, em cada residência, obedecendo aos critérios do Standard Methods e as análises bacteriológicas foram realizadas em triplicata, pelo método do colillert. Através dos resultados obtidos, foi observado que, além de ser proveniente das chuvas, as águas armazenadas são oriundas de outras fontes de abastecimento alternativas, como: carros-pipa, poços, açudes, “Olho D’água das Onças” e dessalinizadores. Em uma considerável parcela das cisternas analisadas, a água é originária de várias fontes ao mesmo tempo, sendo denominadas de águas mistas, para efeito desse trabalho. As águas armazenadas em cisternas, oriundas de carros-pipa, dos poços, de açudes, de chuva e do Olho D’água das Onças apresentaram alguns parâmetros físico-químicos fora dos padrões recomendados pela Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde. Foi constatado que, o que denominam de Olho D’água das Onças trata-se de um local onde se acumula água, devido à percolação de águas residuárias oriundas da comunidade. Indicando presença de contaminantes, a cor das águas advindas do “Olho D’água das Onças” e dos açudes apresentaram valores acima do permitido. Algumas amostras das águas provenientes dos poços e dos carros-pipa não apresentaram valor adequado para esse parâmetro. A maioria das amostras analisadas apresentaram teores de cloreto e sódio acima do VMP devido, geralmente, à salinidade da água subterrânea da região. Apenas as águas oriundas das chuvas, dos açudes e dos dessalinizadores não apresentaram valores de sódio acima do máximo permitido pelo Ministério da Saúde. Portanto, através de análises físico-químicas e bacteriológicas de amostras de águas armazenadas nas cisternas da referida comunidade foi comprovado que se encontram fora dos padrões de potabilidade recomendados pelo Ministério da Saúde. Observou-se que a água dessalinizada, apesar de se encontrar dentro dos padrões de potabilidade no que se refere aos parâmetros físico-químicos, apresenta-se com elevada vulnerabilidade de contaminação, em razão da precariedade do armazenamento e manuseio. Foi constatada a necessidade da realização de ações de educação sanitária da população, no que se refere à água para consumo humano.