LUCENA, Meryglaucia Silva Azevedo. . Anais II CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/17128>. Acesso em: 22/12/2024 21:00
O presente estudo se insere no campo da História da Educação, mais especificamente, nas pesquisas sobre a imprensa educacional, sendo o objetivo analisar as matérias voltadas à modelagem e controle sobre o corpo social, com recorte para a população infantil, veiculadas na Revista do Ensino, no período entre 1932 e 1934. Com a chegada do Regime Político Republicano, o país vivenciou a ampliação significativa de um efervescente processo que já estava presente em finais do século XIX, envolvendo estratégias sobre o corpo, sob os fundamentos do discurso higienista legitimado pelas ciências então em voga, como a Medicina, a Psicologia e a Pedagogia, como parte de um projeto maior de construção de uma nação genuinamente brasileira. Esses discursos foram produzidos e circularam na Paraíba sobretudo através do órgão oficial do Estado, a Revista do Ensino, impresso que circulou no Estado durante os anos de 1932 a 1942. A Revista é um documento importante para a historiografia paraibana, possibilitando a compreensão da concepção de Estado e sociedade, bem como as tramas do poder-saber no âmbito educacional. Para as análises das matérias publicizadas na Revista recorremos aos estudos de Michel Foucault, utilizando algumas ferramentas pensadas pelo filósofo francês, tais quais: “dispositivos de poder”, “tecnologias de poder”, “biopoder” e a “biopolítica”. O autor Roger Chartier, cujos conceitos nos possibilitaram pensar a Revista do Ensino em sua materialidade. As análises realizadas sinalizam para uma compreensão de que os discursos presentes na Revista contribuíram para legitimar, disciplinarizar e normatizar os corpos e mentes das crianças.