A evasão nas universidades brasileiras é uma realidade desafiadora, sendo vários fatores apontados como responsáveis. Entre eles, pode-se destacar o déficit na qualidade do ensino fundamental e médio, que ocasiona dificuldade no rendimento escolar no decorrer do curso superior, e não menos importante, a falta de iniciativas que incentivem a permanência desses discentes nas instituições de ensino superior por parte dos das universidades e institutos federais. Atualmente, pode-se observar muitos projetos que facilitam cada vez mais o ingresso de alunos nas universidades e Institutos Federais. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano inaugurou um campus na cidade de Floresta em 2009, e na mesma época entrou em funcionamento o curso de Licenciatura em Química com duração mínima de oito semestres, sendo que o acadêmico não pode ultrapassar doze semestres, com carga horária total de 3.105 horas. O curso foi implantado com objetivo de suprir as necessidades de profissionais formados na área de Química na microrregião do sertão de Itaparica. Desde sua implantação, notou-se um alto índice de desistência, que alcançou aproximadamente 86,24% em um dos semestres. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, tendo sido entrevistados alunos evadidos da turma ingressante no primeiro semestre de 2012, usando-se um roteiro de entrevista semi-dirigida elaborado pelas autoras do trabalho, adaptado do modelo utilizado pela Comissão para Estudos sobre Evasão do IF Sertão (2013). Além das entrevistas, a Secretaria de Controle Acadêmico do campus Floresta forneceu dados como o número de alunos ingressantes, retidos, e evadidos, por turma. A turma que ingressou no primeiro semestre de 2012, no turno vespertino, no curso de Licenciatura em Química, submeteu-se ao processo seletivo do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), tendo se inscrito pelo Sistema de Seleção Unificada (SISU) com o total de 35 alunos. Destes, vinte e quatro desistiram do curso. Todos foram entrevistados para este trabalho. Um aspecto que colaborou para este resultado, foi que os alunos desistentes eram da mesma turma das autoras da pesquisa, o que auxiliou no rastreamento e anuência dos participantes. Nota-se que metade dos entrevistados escolheu o curso de Licenciatura em Química por falta de outras opções em cursos de nível superior na cidade. Outros 50% afirmaram que o ingresso no curso serviria para enriquecer seus currículos (muitos já eram professores da rede escolar da cidade à época).
Quatorze entrevistados disseram ter expectativas de ingressar no mercado de trabalho após concluir o curso; dez relataram interessar-se por adquirir conhecimentos na área de química
podemos ressaltar que os alunos evadidos escolheram o curso de Licenciatura em química por falta de opção e com objetivo de enriquecer o currículo, tendo como expectativas para o curso ingressar no mercado de trabalho e adquirir conhecimentos na área, grande parte dos mesmos residia na cidade de Floresta-PE, alguns permaneceram no curso no máximo um ano, tendo como fator principal a incompatibilidade com o horário e a oportunidade de ingressar em outros cursos, motivos estes que os levaram a desistência.