LEITÃO, Liane Velloso. Livro didático e metodologia: engessam ou libertam o professor?. Anais II CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/16260>. Acesso em: 22/11/2024 06:36
Este trabalho de natureza qualitativo-interpretativista tem por objetivo discutir o agir docente no contexto dos cursos de idiomas a partir de duas ferramentas: o livro didático e a metodologia. Sendo assim, apresentamos reflexões acerca do papel dessas ferramentas no ensino da língua inglesa na (re)configuração do agir de professoras de cursos de idiomas. A partir do diálogo proposto entre a Linguística Aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 2006, 2013) e o Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2006, 2008,2012 [1999]), discutimos quais representações do agir são produzidas por duas professoras tendo como base essas ferramentas. Nesse sentido, nós nos apoiamos nos pressupostos do Interacionismo Sociodiscursivo, cujo objetivo central é investigar as ações de linguagem por meio dos textos/discursos a fim de explicar o processo de desenvolvimento humano e do surgimento do pensamento consciente. Destarte, tomamos como categoria de análise dos dados gerados na entrevista pré-tarefa os conteúdos temáticos e as modalizações. Primeiramente, identificamos que tanto o livro didático quanto a metodologia são fatores prescritivos do agir das professoras; porém, a presença do outro em aula, no papel do aluno, em processos de interação exige uma (re)significação da aula e, consequentemente, uma (re)normatização dessas prescrições. Assim, nossas conclusões apontam que essas ferramentas, apesar de provocarem um pretenso engessamento do agir das professoras, podem ser (re)adaptadas de acordo com as representações dos alunos em aula. Por isso, acreditamos que cabe ao professor conceber essas ferramentas como constituintes do trabalho docente, mas não como diretrizes fundamentais e totalmente estáveis e imutáveis.