O alto índice de pessoas jovens, adultas e idosas de pouca escolarização que existe nos municípios paraibanos nos faz ver a necessidade de um fazer educativo, que mobilize os alfabetizadores para a prática em sala de aula junto a essa clientela. Nesta perspectiva, destacamos as contribuições de Paulo Freire que nos trouxe reflexões e propostas pedagógicas que enfocam a libertação dos sujeitos das estruturas de opressão, considerando-os como sujeitos históricos. Assim, é necessário que essa alfabetização faça uso de metodologias e práticas educativas que considerem o ser, a realidade e o saber dessas pessoas que trazem consigo um conhecimento vasto e diferenciado. Tais práticas não devem ser solitárias, e sim, potencializar os educandos a enxergar o mundo, trazer para a escola uma conexão direta com sua vida, sua cultura, seu trabalho e sua cidadania. Nesse sentido, objetivamos com essa pesquisa analisar as falas dos alfabetizandos do programa Ler, Entender e Fazer, da cidade de Queimadas – Paraíba, com o intuito de afirmamos a relevância das experiências vividas pelos educandos numa relação que contempla o “diálogo” no processo de ensino e aprendizagem. Através das falas veiculadas neste trabalho, conclui-se que elas sinalizam poucos elementos da prática educativa proposta por Paulo Freire, mas apontam reflexões necessárias ao amadurecimento de uma educação libertadora.