Resumo
Durante séculos o ensino de língua portuguesa ficou restrito ao domínio de regras ortográficas. Por questões diversas, não era uma preocupação da escola formar alunos pensantes, críticos, “bons entendedores” capazes de usar com competência a língua a seu favor, manipulando para tanto os seus mecanismos. Hoje, felizmente, a realidade é outra e a abordagem puramente gramatical da língua não corresponde mais às aspirações da sociedade. Nesse contexto, os estudos linguísticos das últimas décadas têm contribuído muito para tornar o ensino de língua portuguesa mais reflexivo e, por que não, mais democrático, baseando-se, sobretudo, nos gêneros discursivos. Dentre os incontáveis gêneros disponíveis, os provérbios se destacam como uma importante ferramenta discursiva capaz de estimular no alunado o uso consciente e crítico da língua, além de aumentar as possibilidades de trabalho do professor, visto que contemplam também cultura, valores e tradições. Com o objetivo de fomentar o trabalho com esse gênero nas aulas de língua portuguesa e, ao mesmo tempo, testar a sua aplicabilidade, algumas atividades com base em provérbios foram selecionadas e aplicadas em uma turma que apresentava baixo rendimento, os resultados foram positivos. Houve uma mudança de postura significativa por parte de grande parte dos alunos em relação aos textos propostos, o interesse pelas aulas aumentou e, consequentemente, os resultados melhoraram.