O presente artigo objetiva refletir sobre a influência do neoliberalismo na construção de políticas e reformas educacionais nas últimas décadas do século XX e no decorrer do século XXI, principalmente nos países em desenvolvimento. O ideário neoliberal se constitui em resposta ideológica e política a uma crise estrutural do capitalismo, objetivando a manutenção e hegemonia desse modo de produção. Considerando a amplitude da temática, o enfoque da análise se concentrou na atuação de organizações internacionais que, ao longo dos anos, têm se constituído em instâncias indutoras de políticas educacionais, a partir de premissas sustentadas pelo ideário neoliberal. O estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa de abordagem qualitativa, tendo sido utilizadas a análise documental e bibliográfica. Assim, busca-se apreender os principais direcionamentos apontados por essas instituições, adotados pelos países na construção de suas políticas públicas, as conexões e entrelaçamentos com o pensamento neoliberal e os interesses subjacentes. Nesse sentido, no decorrer do artigo são identificadas orientações do receituário neoliberal, estruturadas, mormente, do ponto de vista dos países desenvolvidos - como minimização do Estado quanto aos gastos sociais e as intervenções econômicas, de incentivo ao livre mercado e às privatizações, de realização de reformas estruturais - implementadas em países em desenvolvimento, principalmente, sob a orientação dos organismos internacionais, defensores dos interesses do capital transnacional. Destarte, necessário se faz compreender de forma profunda e crítica os efeitos sociais das agendas globais com foco na mercantilização da educação, principalmente, considerando o risco de fragilizar a educação pública.