Este artigo objetiva analisar as sequências didáticas produzidas por professores e pedagogos em um curso de formação de ensino de Ciências a partir dos conceitos semióticos. Para isso, a metodologia empregada consiste em uma abordagem qualitativa, descritiva e analítica sob viés participativo, realizada com pedagogos e professores envolvidos com o ensino de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que foram convidados a participar do curso de formação “Vereda Semiótica Peirceana: Formação continuada para pedagogos e professores que atuam com ensino de Ciências”. Em uma das etapas do curso de formação, os participantes produziram sequências didáticas para o ensino de Ciências, utilizando de livros de literatura infantil. A partir da análise semiótica destas produções, constata-se que todos chegam à terceiridade, uma vez que ocorre a sistematização dos conceitos aprendidos pelos participantes e a construção de novos conhecimentos a partir da associação deste às propostas desenvolvidas. Além de cada cursista chegar à terceiridade no momento da proposição, cada sequência didática desenvolvida perpassa os movimentos de primeiridade, secundidade e terceiridade. Isso significa que a relação triádica do signo possibilita o estudo do desenvolvimento do raciocínio científico e a proposição de uma metodologia para o ensino de Ciências fundamentada na teoria sígnica de Peirce. Portanto, as categorias fenomenológicas, denominadas primeiridade, secundidade e terceiridade, constituem os três modos como os fenômenos se apresentam à consciência humana. Partindo de um fenômeno, a terceiridade ocorre em um movimento de vem-e-vai entre a primeiridade (percepção desprovida de interpretação e análise) e a secundidade (observação do mundo exterior, manipulação de signos engendrando que o ser humano passe a proceder e pensar de forma distinta), desempenhando de forma espiralada e não alinhada o desenvolvimento de semiose dos signos.