Reinhart Koselleck (1923-2006) desponta como um dos grandes nomes da historiografia no século XX, tendo contribuído, principalmente, teórico-metodologicamente, com a chamada história dos conceitos. Sua metodologia permitiu apreender os movimentos históricos a partir das mudanças linguísticas, compartilhadas de modo que, tanto suas variações quanto as mudanças sociais, fossem incorporadas ao escopo analítico como forma de aproximar a historiografia da história efetiva. Neste sentido, ao estabelecer que os conceitos não têm história, mas sim, a recepção destes, centrou suas análises no que chamou de possibilidades de história, captadas no movimento dialógico entre experiências e expectativas. Neste quadro, este trabalho tem o objetivo de apresentar uma perspectiva interpretativa a respeito da memória dos espaços educacionais marcados, principalmente, por um horizonte de expectativas, como também, por conflitos geracionais que apontam para o passado. Portanto, considerando as pressões sobre os jovens estudantes do ensino médio, propomos uma reflexão a respeito destes e sua relação por meio da experiência do tempo na modernidade. Baseado no aporte teórico de Koselleck, defendemos que vivemos presos à lógica futuro passado como uma fissura existencial na modernidade burguesa que, entre outros, afeta a produção da memória escolar. A metodologia é de cunho qualitativo bibliográfico onde, por meio das principais obras do supracitado autor, poderemos identificar uma crítica à marginalização do presente pela modernidade burguesa e, consequentemente, da produção de memória. Os resultados (I) apontam para uma teoria da modernidade que elegeu o futuro como instância privilegiada de sua sociabilidade, (II) evidencia um distanciamento da experiência como lócus de produção de sentido e, por último, (III) uma ruptura com a produção da memória que, para instituições educacionais, resulta da sociabilidade moderna marcada pela lógica temporal futuro passado.