O Painel busca promover a discussão da formação de graduandos em áreas tecnológicas e que, por motivos diversos, como o tradicionalismo, a falta de interlocução com o campo pedagógico e a pressão dos mercados, adotam orientações e práticas educativas rígidas e estéreis. Os estudos problematizam princípios e práticas mercadológicas, coerentes com uma matriz crítica, não se resumem à denúncia de negatividades. No diálogo com os dados coletados, anunciam caminhos que podem ser trilhados para ressignificar o estabelecido, na direção emancipatória. Os trabalhos foram desenvolvidos a partir de pesquisas em duas Universidades, uma em Santos/SP e outra no Rio de Janeiro/RJ. A primeira comunicação investigou comunidades de tecnologia aberta, associadas à cultura hacker, em busca de inspirações teórico-metodológicas e ético-políticas para reorientar currículos de cursos superiores de computação. Nessa esteira, o segundo trabalho dialogou com coordenadores de cursos de graduação para compreender como a formação ético-moral de profissionais egressos de cursos de computação vem sendo realizada, e o que seria necessário para que eles se assumissem como agentes morais, responsáveis pelas tecnologias que operam e produzem. A terceira comunicação se debruçou sobre projetos político-pedagógicos de dois cursos superiores de tecnologia para buscar as aplicabilidades pedagógicas dos pilares da cultura maker. Em comum, os resultados apontam o poder de práticas pedagógicas gestadas em princípios e culturas contrahegemônicas, em prol do desenvolvimento de práticas educativas colaborativas, criativas, comprometidas com a assunção de responsabilidades ético-morais e capazes de contribuir para confrontar o avanço da lógica neoliberal em diferentes dimensões da vida.