O rio está intrinsecamente relacionado ao cotidiano amazônico, servindo como meio de transporte e sustento há gerações. Com o processo de urbanização de Belém-PA, as populações advindas do interior e de outros estados, começaram a ocupar as planícies de inundação, formando as periferias da cidade. Essas áreas alagadas foram os ambientes de expansão da cidade, mantendo as planícies dos rios como local de moradia, sustento e lazer, resultando no território hidrossocial. A pesquisa tem como objetivo analisar os problemas hidrossociais por meio da percepção dos moradores e da análise dos elementos da paisagem do igarapé Lago Verde. Dos procedimentos e métodos da pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico e documental, confecção de um mapa no Laboratório de Análise e Informação Geográfica-UFPA e realização de visita in loco na sub-bacia com conversa com movimentos sociais. Foram realizados registros fotográficos da paisagem com ênfase aos problemas sociais e ambientais. A análise mostrou que devido às obras de macrodrenagem, os moradores da planície estão sendo forçados a sair de suas casas, onde receberão indenizações injustas, sem direito e acesso à moradia digna. Na pesquisa identificou-se o território hidrossocial, representado diante das dificuldades pelo acesso à água de qualidade e saneamento básico no entorno do igarapé do Lago Verde. A canalização do Lago Verde está no Projeto de Macrodrenagem da Bacia do Tucunduba, sendo executado pelo poder público, criticado pelos movimentos sociais, que exigem adequações por tratar-se de territórios hidrossociais e Zonas Especiais de Interesse Social-ZEIS para fins de moradia.