A intensificação dos processos de urbanização tem levado a uma concentração populacional cada vez maior em áreas urbanas, o que, por sua vez, tem desencadeado alterações significativas no clima local e regional. Essas alterações exercem um impacto direto sobre a qualidade do ar e, consequentemente, sobre a saúde dos habitantes. A literatura científica, tanto nacional quanto internacional, destaca uma relação estreita entre clima e saúde, especialmente no que diz respeito à influência de sistemas atmosféricos estáveis ou instáveis na concentração e dispersão de poluentes atmosféricos, com destaque para o material particulado inalável (MP10). Dessa forma, objetivou-se neste estudo analisar a correlação entre a sazonalidade da concentração e acúmulo diário de MP10 e precipitação em uma cidade de porte médio, Presidente Prudente (SP), durante os meses de 2019 e 2020 caracterizados por sistemas atmosféricos estáveis e instáveis. Os resultados indicam que a dinâmica atmosférica, no contexto do clima local, desempenha um papel crucial na dispersão de MP10 em Presidente Prudente. Observou-se que a precipitação, mesmo em baixo volume, contribui significantemente para a redução dos níveis diários de MP10. Por fim, os autores ressaltam a importância de implementar medidas mais eficazes para assegurar a saúde da população, bem como de realizar pesquisas futuras que investiguem de forma mais aprofundada a complexa interação entre o clima urbano, poluição atmosférica e saúde, com especial atenção às cidades de pequeno e médio porte.