O uso do potencial natural das bacias hidrográficas permite o desenvolvimento de atividades socioeconômicas e socioculturais realizadas por diferentes agentes sociais, historicamente territorializados. Contudo, quando a estrutura e a dinâmica dessas paisagens são pouco reconhecidas em suas fragilidades ocorrem impactos socioambientais que prejudicam o equilíbrio dinâmico desse complexo geográfico que é a bacia hidrográfica. Nesse contexto, busca-se identificar a estrutura das unidades de paisagem da Bacia Hidrográfica Arroio Guaçu (BHAG), Paraná, Brasil, além de compreender os impactos socioambientais existentes nessas unidades paisagísticas. Ao utilizar a abordagem sistêmica, integram-se distintas variáveis naturais e sociais para compreender da BHAG. A metodologia para o desenvolvimento do presente estudo se baseia nos princípios teóricos, metodológicos e técnicos da Cartografia de Paisagem. Por meio de geoprocessamento, trabalhos de campo e aplicação de matrizes de impactos socioambientais, identificou-se 24 unidades de paisagens naturais, que quando dinamizadas pelo uso e cobertura da terra originou 132 unidades de paisagens transformadas. Priorizou-se a análise de 6 unidades de paisagem na bacia hidrográfica em questão, uma vez que apresentam mais de uma matriz de impacto aplicada, além de representarem estruturas diferenciadas no âmbito da área estudada. Os impactos socioambientais, são decorrentes de extensas lavouras temporárias, reduzindo a vegetação, pouco presente na vertente, e dividindo espaços no fundo de vale com a psicultura. Resultando na fauna fragilizada, solos suscetíveis a erosão, e implantação de espécies exóticas de peixes nos cursos hídricos. Neste viés, a pesquisa indica ações de planejamento, gestão e manejo da bacia para atender as particularidades das paisagens identificadas.