Este estudo analisa os impactos da construção de uma represa no Rio Furnas, um rio intermitente localizado na região semiárida, destacando as consequências ambientais e sociais para toda a bacia hidrográfica. A represa, projetada para armazenar água durante os longos períodos de seca, resultou em uma significativa diminuição da vazão a jusante, afetando negativamente a biota aquática e a vegetação ribeirinha. A interrupção do fluxo natural comprometeu a sobrevivência de espécies dependentes dos ciclos sazonais de cheias, levando à degradação dos habitats e à perda de biodiversidade. Além dos danos ambientais, a redução da vazão exacerbou conflitos entre os usuários da água, especialmente entre as comunidades a montante, beneficiadas pelo reservatório, e aquelas a jusante, que enfrentam uma escassez ainda maior de recursos hídricos. Esses conflitos intensificam as desigualdades no acesso à água e dificultam a gestão colaborativa dos recursos. A análise destaca a necessidade de uma abordagem de gestão hídrica mais equilibrada e sustentável, que considere tanto a importância de armazenar água quanto os impactos sobre o fluxo natural do rio e as comunidades dependentes dele. Propõe-se a implementação de soluções integradas que incluam a conservação dos ecossistemas, o uso eficiente dos recursos hídricos e o diálogo entre os diferentes usuários, visando garantir a sustentabilidade da bacia hidrográfica do Rio Furnas e mitigar os danos causados pela represa.