Áreas serranas no semiárido brasileiro possuem paisagens e condições climáticas singulares, muito contrastantes com as superfícies rebaixadas (depressões sertanejas), com clima mais ameno, com vegetação mais preservada, sendo refúgios da fauna e áreas com importantes nascentes e/ou recargas hídricas. Ao longo das últimas décadas a expansão dos parques eólicos tem-se expandido para as áreas serranas no semiárido brasileiro. Os estudos geomorfológicos, tanto em escalas de detalhe quanto regionais, podem oferecer contribuições em relação ao melhor entendimento das paisagens e das suas dinâmicas frente ao uso e ocupação. O objetivo deste trabalho foi realizar uma caracterização geomorfológica da Serra de Santana, no semiárido potiguar. Realizou-se atividades de campo e em gabinete, foram confeccionados mapas temáticos em ambiente SIG com a utilização do software QGIS. A Serra de Santana, embora, seja conhecida popularmente como “Serra”, geomorfologicamente se enquadra como uma Chapada, com relevo tabuliforme, bordas escarpadas e associada à rochas sedimentares da Formação Serra do Martins. O relevo tabuliforme da área, associado com solos profundos e porosos, como os Latossolos, favorece a infiltração e percolação hídrica, resultando em importantes aquíferos em pleno semiárido brasileiro. O uso e ocupação desenfreado nessa área pode acarretar em uma série de problemas ambientais, como, desmatamento, avanço dos processos erosivos, redução de áreas de recargas hídricas, e diminuição dos níveis dos aquíferos.