A Caatinga é o principal bioma da região nordeste, e único exclusivamente brasileiro. Embora seja rica em biodiversidade, encontra-se bastante fragmentada e degradada por ações antrópicas. São poucas ações de conservação ou políticas públicas dedicadas às suas especificidades e, ainda, possui poucas áreas protegidas em Unidades de Conservação (UC). Este trabalho visa apresentar a importância do Parque Estadual de Morro do Chapéu - PEMC (Bahia) na conservação da Caatinga. São utilizados os dados de mapeamento do projeto MapBiomas para a caracterização da transição da cobertura vegetal e uso da terra, entre 1985 e 2022, do PEMC, do município limítrofe de Morro do Chapéu e do município vizinho de América Dourada (BA). Também, são apresentados trabalhos que se dedicaram à estudos de vegetação e qualidade do ecossistema no PEMC e entorno imediato. Os resultados demonstram a importância da delimitação do parque na manutenção das áreas florestadas e de vegetação natural, especialmente de Caatinga, evitando o avanço dos cultivos agrícolas, notadamente concentrado à oeste do parque, em América Dourada. No SIG QGis, verificou-se a proteção de 64 nascentes, com 78% de vegetação nativa composta por formação savânica (Caatinga) e florestal nas Áreas de Preservação Permanentes (APP) de rios e nascentes da UC. Ainda que exista desafios para efetivar sua proteção integral, tem exercido um papel fundamental frente ao avanço agropecuário, freando o desmatamento, a fragmentação florestal e a perda de habitats, e desempenhando uma função protagonista para a disponibilidade hídrica da Chapada Diamantina e para a conservação da Caatinga.