O uso das relações molares em análises geoquímicas de solos permite comparar diversos processos pedogenéticos nas proporções de equivalentes molares. O objetivo deste trabalho foi determinar diferentes proxies para analisar as seguintes relações: proveniência (P), lixiviação (L), material parental (M1 e M2), oxidação (O), hidrólise (H) e o índice de alteração sem potássio (CIA-K), em amostras de horizontes e depósitos de perfis de Gleissolo na planície fluvial do Alto-Médio Rio Mogi Guaçu, no sul de Minas Gerais. Foram descritos e classificados três perfis: P1 e P2 como Gleissolos Háplicos Tb Distróficos típicos (GXbdt) e o perfil P3 como Gleissolo Háplico Tb Alumínico típico (GXbat). As proporções entre diferentes elementos analisados mostraram que o perfil 3 (P3) apresentou, entre os três perfis, os maiores valores na relação de hidrólise (H), que avalia a intensidade do intemperismo químico, indicando ser o perfil mais evoluído. Essa evolução, associada ao grau de intemperismo, é favorecida pelas altas taxas de processos erosivos e deposição de sedimentos decorrentes da morfometria do canal principal, afetando sua formação e evolução. Devido ao seu caráter pedogenético aliado ao regime hídrico, os Gleissolos apresentam características pedológicas únicas, permitindo a quantificação e expressão dos processos atuantes através do estudo dos principais elementos. Dessa forma, a interpretação das relações molares indica que a evolução de diversas classes de Gleissolos propiciou a gênese de perfis compostos ou poligenéticos na planície fluvial do Alto-Médio Rio Mogi Guaçu, em Minas Gerais.