As ondas de calor são eventos meteorológicos extremos com potencial de impacto devido às temperaturas elevadas e a permanência de atuação sinótica. No Brasil, as singularidades geográficas e de localização, aferem padrões climatológicos diversos. De acordo com Dubreuil et. al. (2018) existem no Brasil oito tipos climáticos. Estas regiões foram analisadas buscando-se compreender a frequência das ondas de calor durante a última normal climatológica (1991-2020). Foram analisados os dados de temperatura máxima, acima do Percentil 90, com atuação consecutiva de 6 dias, conforme o índice Warm Spell Duration Index (WSDI), desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e utilizado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA), para as cidades de São Gabriel/AM, Manaus/AM, Recife/PE, Brasília/DF, Petrolina/PE, Porto Alegre/RS, Santa Vitória do Palmar/RS e Viçosa/MG. Falhas presentes na série histórica foram suplementadas com o apoio de estações automáticas presentes no município ou dentro do mesmo tipo climático. Os dados foram submetidos a análises estatísticas descritivas, a partir da contagem total, percentual e análise da tendência dos eventos de ondas de calor. Verificou-se que desde o início da série a última década, 2011 a 2020, obteve o maior registro percentual de ondas de calor, acima de 30%, em todas as regiões, comparado às duas décadas anteriores. Para este conjunto de cidades analisadas, Brasília, Recife e Manaus foram as cidades com ondas de calor mais frequentes, com 54 e 47 eventos, respectivamente, durante o período analisado.