As linhas de costa adjacentes às desembocaduras fluviais tendem a apresentar grandes variações no seu posicionamento, principalmente quando estão associadas a deltas de maré-vazante. Nesse contexto, enfatiza-se a desembocadura do rio Vaza-Barris no estado de Sergipe, a qual se encontra sob influência de um delta de maré-vazante, que torna as linhas de costa contíguas extremamente instáveis. Assim, o presente trabalho teve por escopo analisar a dinâmica da variação da linha de costa e do delta de maré vazante em médio e curto prazos, a fim de identificar áreas que possam gerar riscos associados à ocupação. A metodologia consistiu no mapeamento das barras arenosas e da linha de costa a partir de fotografias aéreas (1965, 1971, 1986); de imagens de satélite QuickBird (2003 e 2014) e imagens de satélite Sentinel-2 (2020, 2022, 2024). O mapeamento e a interpolação dos dados foram realizados no programa de geoprocessamento ArcGis 7. Os resultados obtidos mostraram que as linhas de costa das áreas associadas à referida desembocadura apresentaram elevada variabilidade, com tendência a erosão em médio e curto prazos na margem direita; e tendência à progradação em médio prazo e erosão em curto prazo, na margem esquerda. Identificou-se estreita relação entre a proximidade ou distância das barras arenosas, aos processos de progradação ou erosão da linha de costa, respectivamente. Destarte, tal estudo expõe a importância do conhecimento da dinâmica das desembocaduras fluviais associadas à dinâmica do delta de maré-vazante na configuração da linha de costa, para fins de planejamento ambiental e ordenamento da ocupação.