O presente trabalho objetiva discutir sobre a negação do direito à educação, destinada ao público da Educação de Jovens e Adultos. Os questionamentos iniciais que deram origem à discussão surgiram no curso de extensão Alfabetização e Letramento em Educação de Jovens e Adultos (EJA), oferecido pelo Departamento de Educação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e coordenado pela Profa. Dra. Valdecy Margarida da Silva. Observa-se que, em nosso país, temos um número considerável de pessoas que não tiveram direito a educação escolar formal durante sua infância e/ou adolescência. O modelo de educação européia e elitista, implantado no Brasil, iniciou uma cultura de exclusão escolar para os menos favorecidos, resultando em adultos analfabetos. Pretendemos discutir, aqui, o reconhecimento como um direito, à educação de jovens e adultos no contexto escolar, o que, em outrora, lhes foi negado. Constitui-se em uma pesquisa bibliográfica e fundamenta-se em autores como Socorro Calháu (2010), Arroyo (2007), Freire (2006), Silva (2012) dentre outros. A construção de uma visão crítica da história da EJA é necessária, para que se (re)conheça as dificuldades contempladas pelos alunos e haja transformações significativas nessa modalidade de ensino. É mister o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a EJA, a fim de encontrar meios de aproximar esses sujeitos da escola. Constatamos nessa pesquisa que, ainda hoje, permanece em nossa sociedade a exclusão do aluno da EJA, pois lhe é negado o direito a uma escola com conteúdo e que responda às suas expectativas. O modelo de escola em vigor, muitas vezes, não chega a fazer sentido e motivar o aluno para que possa permanecer nesses espaços escolares. Atrelado a isso, o aluno da EJA enfrenta jornadas de trabalho que os leva ao cansaço, pois possuem responsabilidades da vida adulta. Ademais, o percurso até chegar à instituição e as vivências cotidianas no âmbito familiar também interferem no processo de aprendizagem. Enquanto o sistema educacional não direcionar um olhar diferenciado para o público da EJA, contemplando as especificidades dessas pessoas, nunca teremos uma educação que reconheça os jovens e adultos como sujeitos de direito. A educação nunca esteve ao alcance de todos, excluiu-se a massa no que se refere à prática da leitura/letramento e escrita. Se no passado a exclusão se dava na negação ao direito dessas práticas sociais, hoje percebemos que a educação exclui o sujeito, embora este esteja em ambiente propício para a aquisição da alfabetização. Essa exclusão acontece quando a escola limita-se ao discurso do currículo adotado pelos educadores, não aproximando a educação da realidade desses sujeitos. Concluindo, é importante conhecer a trajetória do aluno, o qual vem de uma exclusão social histórica. Valorar a identidade do discente nos aspectos sociais, culturais como também suas vivências para que se sintam estimulados a persistir na escola a qual deve fazer sentido para os alunos jovens e adultos.