Este estudo tem como objetivo principal diagnosticar, através de pesquisa bibliográfica e do relato de experiências exitosas, os principais recursos didáticos e estratégias pedagógicas empregadas para o ensino de ciências para surdos no Brasil. Na primeira etapa da investigação realizamos o levantamento de teses e dissertações na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) no período de 2012 a 2022, a partir da utilização das palavras-chave ensino de ciências, educação científica, surdez e surdo. E posteriormente, pesquisamos no website de instituições superiores de ensino, como UFRJ, UFSC e UFPI o desenvolvimento de atividades e experiências voltadas para a educação bilíngue de surdos. Na BDTD foram encontrados 34 trabalhos sobre os temas, sendo 25 dissertações e 9 teses. Após leitura atenta e cuidadosa dos resumos, identificamos 11 trabalhos que discutiam as estratégias e recursos utilizados para o ensino de ciências para surdos. Nossos resultados apontam que, de maneira geral, existe um consenso na utilização da Libras como primeira língua nos contextos de ensino de ciências. Os estudos refletem também sobre a importância da atuação dos tradutores intérpretes como mediadores educacionais, além de docentes e profissionais proficientes em Libras garantido o bilinguismo no processo educacional dos discentes surdos. Experiências relatadas no website de instituições superiores de ensino sinalizam que os recursos imagéticos, o uso da tecnologia e de atividades experimentais e a visitação de espaços não escolares são estratégias adotadas na tentativa de tornar o ensino de ciências para surdos mais adequado e atrativo.