O Educador Físico, como proponente do cuidado com o outro, que cuida dos sujeitos, estudantes, indivíduos, e também de si mesmo, oportuniza a reflexão em que o sujeito seja capaz de aprender a lidar com suas relações de cuidado por uma seleção que determine o melhor para seu corpo, mente e espírito. Entretanto, pela perspectiva da liberdade e autonomia no contexto educacional, os atuais discursos e práticas exercidas pelo Educador Físico reforçam a premissa de uma orientação fundamentada a partir de um individualismo e narcisismo, pelo qual se reafirma que basta que o sujeito cuide da sua orientação nutricional e que exercite o seu corpo para estabelecer uma relação de completude do cuidado consigo. Portanto, esse estudo parte com a premissa da construção de elementos que nos possibilite compreender com Foucault, questionamentos envolvidos em discursos e práticas que atravessam à constituição do Educador Físico em seu papel para além da sala de aula, bem como a possibilidade de se pensar as práticas de subjetivação como um modo de atuação no processo de construção dos sujeitos. A fim de refletir e propor outras formas de se pensar a atuação do educador físico, nos debruçaremos sobre os aspectos éticos tangenciados pelo conceito de cuidado de si, sob o olhar de Michel Foucault, centrando-nos em sua análise da antiguidade grega e romana. Assim, tomamos como arcabouço teórico as obras “Subjetividade e Verdade” e “Hermenêutica do sujeito”. Reconhecemos o Educador Físico como um instrumento do cuidado de si, capaz de enxergar no processo educativo uma maneira de se afastar de uma educação delimitada à transmissão de conhecimento para um processo de construção efetiva do sujeito. Embora o pensamento de Foucault não se destine diretamente à educação, sua reflexão sobre diferentes temáticas, interseccionadas por múltiplos saberes, permite uma nova abordagem para questionamentos pedagógicos e educacionais.