Artigo Anais do X CONEDU

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA ANÁLISE SOBRE A DESIGUALDADE ÉTNICO-RACIAL NO MACIÇO DE BATURITÉ/CE

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Publicado em 08 de novembro de 2024

Resumo

A educação de jovens e adultos promove às pessoas que não tiveram oportunidades de ingressar ou não deram continuidade aos estudos na idade regular durante o período colonial e depois da colonização por certas razões, retornaram aos bancos escolares. Muitos países adotaram a modalidade EJA para atender as necessidades desses adultos e reduzir o número de analfabetos. Nesse sentido, o presente estudo visa discutir a desigualdade étnico-racial, na perspectiva das relações entre os estudantes das turmas de EJA do Maciço de Baturité, localizado no interior do Ceará. Os dados do Censo da Educação Básica (INEP, 2022) apontam para a realidade racial de negros autodeclarados na matrícula escolar como maioria do público nas salas de aula da modalidade. A questão problematizadora do trabalho parte de conhecer os motivos do retorno à escola com base na pergunta: “Por que você [estudante] resolveu retornar seus estudos na EJA?”. A metodologia adotada na pesquisa qualitativa pauta-se numa abordagem do tipo exploratória, cuja coleta de dados será feita em conversas, gravadas em áudio, com estudantes do ensino fundamental da EJA. A análise será feita com base na interpretação dos registros de falas deixadas nas gravações que auxiliarão no desvelamento da pesquisa. Em função disso, como contribuições teóricas que embasam o estudo estão os trabalhos de Paulo Freire (1989), Sérgio Guimarães (2011), Oliveira, Ferreira (2012), Silveira, Costa e Martins (2022) que vão discutir importantes questões voltadas para a realidade da EJA no Maciço de Baturité, em especial. Um dos achados preliminares da pesquisa mostraram que, embora os negros sejam a maioria das pessoas que estão nas salas de aula da modalidade, a escola, os conteúdos, o trabalho desenvolvido no âmbito do currículo e as próprias relações interpessoais entre estudantes-professores, estudantes-gestão ainda reproduzem o racismo e as desigualdades pedagógicas quando ligadas ao processo de ensino e aprendizagem e desconsideram as temáticas fundamentais à formação de valores anti-racistas e humanos.

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