Seguindo um pensamento lógico-racional, revistas “femininas” tratariam de temas que, obviamente, interessariam às mulheres, ou elas em especial, ou seja, “o feminino” e a esfera em que ele se encontra. Mas o que seria esse “feminino”? Onde ele se insere? Como é caracterizada a “feminilidade” nessas revistas? Para isso, tomaremos como base dois estudos sobre análise de revistas “femininas”, fazendo um conjunto de publicações brasileiras, francesas e quebécoises. Enfatizamos a relação entre imagem e palavras para abranger aqui o vínculo entre os textos contidos nas matérias das revistas “femininas” e as fotos e imagens nelas inseridas. A emancipação da mulher não parece ter chegado às revistas “femininas”, que continuam a retratar a mulher como pertencente ao ambiente privado e/ou como sedutora. É preciso que a mulher – assim como todos os indivíduos da sociedade – enxergue a forma que o feminino é tratado e apresentado de forma crítica, questionando-se de quem são os interesses satisfeitos com a retratação daquela determinada forma, o porquê daquela representação. Enquanto isso, o corpo permanece o foco, o cerne, das revistas “femininas”.