A despeito do avanço nas discussões e conhecimentos acerca da emergência climática e nocividade do urbanismo espraiado e centrado no automóvel, tem-se observado a reprodução de padrões urbanísticos do final do século XX. Diante desse contexto, este artigo investiga como os processos de planejamento urbano e ocupação da periferia urbana determinam a conformação da cobertura vegetal e dos espaços livres, apontando aspectos a serem considerados para a implantação da Infraestrutura Verde no processo de planejamento e de intervenção nessas áreas. Tomou-se como objeto empírico um bairro periférico de João Pessoa, cidade do Nordeste brasileiro: o Gramame. De relevância ambiental para o município, este tem apresentado recentemente intensas alterações no uso e ocupação do solo. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais, sistematização e produção de cartogramas de análise da supressão de cobertura vegetal sobre ortofotocartas e imagens satélite e, análise das mudanças identificadas articuladas à legislação urbanística vigente na área. Constatou-se que o planejamento urbano, ao invés de contribuir com a manutenção e preservação dos elementos naturais e/ou consideração das características biofísicas do local, voltou-se para o direcionamento da expansão urbana e dos usos e ocupações a elas relacionados.