Para entender a criação de espaços públicos em Macapá-AP, é preciso observar os atravessamentos de sua expansão urbana, no qual se evidenciam inúmeros conflitos urbanos e processos políticos à margem da cidade formal. O artigo retrata as políticas públicas do Plano Diretor defasado e da rápida expansão da cidade, fatores estes que foram pontos-chave para a provisão escassa de espaços públicos no munícipio. Por objetivo, o artigo propõe esmiuçar as problemáticas que levaram a este modelo de construção de espaços públicos e busca compreender o aspecto local de uma urbanização singular no contexto de cidade amazônica. Para tanto, o conteúdo se ampara em levantamento bibliográfico e experiências etnográficas realizadas durante a pesquisa, pontuando as causas e consequências da forma de provisão dos espaços públicos e de que maneira a existência diminuta destes lugares resultou na criação de novos usos, olhares e perspectivas para o espaço público de Macapá. Como resultado, se verifica que os espaços de uso genuinamente público se diluem por todos os cantos da cidade de Macapá, lado a lado com os espaços públicos habituais, gerando raízes no território.