Este relato visa trazer a experiência des autores trabalhando com grupos de vivências LGBTQIAPN+ nos territórios de Niterói e São Gonçalo. Para apoiar nossos estudos em gênero e sexualidade, discutimos livros e textos de Jota Mombaça e Judith Butler, indo além também nas discussões sobre como a sociedade enxerga e lida com determinados corpos. René Lourau media nossas discussões com sua análise institucional, juntamente dos importantes apontamentos de Cecília Coimbra. Nos atendimentos permeados pela ótica do Psicodrama de J. L. Moreno, com considerações de Marisa Greeb e Alfredo Naffah Neto, é defendida uma Psicologia e um modo de cuidado não individual e individualizante, atento às questões sociais e coletivas. Assim, nos grupos de vivências, a vida é o maior mobilizador, para além de sofrimentos e "traumas". Em 2 anos de trabalho, 4 grupos foram se consolidando e se transformando em importante espaço de coletivização de trocas e afetos, com uma aposta na grupalidade enquanto instrumento de fortalecimento para esses corpos historicamente reprimidos. Cada grupo de vivências é constituído por até 10 participantes e possuem frequência que varia entre semanal ou quinzenal, com diferentes horários compatíveis com períodos de trabalho diversos. Toda a equipe responsável é composta por corpos dissidentes atuando junto e promovendo cuidado justamente a partir do corpo, em vista de viabilizar a experiência da espontaneidade tão negada à população LGBTQIAPN+. Em suma, defendendo uma psicologia contra hegemônica, este trabalho busca dialogar com aqueles que também apostam na corporalidade como instrumento político, de estudo e de intervenção.