Em 2004, criou-se o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), por meio da Lei nº 10.861, objetivando avaliar o Ensino Superior, por meio da avaliação de instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Dentro do SINAES, a avaliação institucional interna, denominada autoavaliação institucional, busca realizar um diagnóstico aprofundado da realidade das Instituições de Ensino Superior (IES), construída a partir das diferentes dimensões e atores educacionais, o que possibilita, uma reflexão coletiva das diversas frentes da comunidade acadêmica, contribuindo para tomadas de decisões mais assertivas no campo do ensino-aprendizagem e da gestão. Assim, o presente texto buscou analisar a compreensão de Coordenadores de Cursos a respeito dos resultados da autoavaliação institucional enquanto referência para as tomadas de decisões no âmbito de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) do Ceará. A metodologia caracterizada pela abordagem qualitativa, utilizou como estratégia o Estudo de Caso. Realizou-se, então, entrevistas semiestruturadas com 14 coordenadores de cursos e uma análise dos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPC) de graduação. Em termos de resultados, verificou-se a presença de elementos referentes à autoavaliação institucional em 55% dos PPCs. Nos relatos dos Coordenadores, observou-se que a autoavaliação somente é debatida durante o período de sua realização, bem como demonstram ter dificuldades com o tipo de linguagem e por isso, há uma baixa tendência em encaminhar os seus resultados para melhoria do curso, até mesmo por compreendê-la somente como uma avaliação pedagógica dos docentes e discentes acerca do funcionamento do curso, das disciplinas e da infraestrutura. Diante do exposto, acredita-se que o uso dos resultado da autoavaliação como referência para tomadas de decisões e melhoria dos cursos ainda é limitada, dificultando o processo formativo da avaliação.