Este texto conta com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES). Com o intuito de problematizar a produção discursiva da Área de Conhecimento em Ensino (ACE) da CAPES e buscar compreender o modo pelo qual a CAPES organiza a pós-graduação no país, torna-se importante pensar sobre a forma “área de conhecimento” que aloca os cursos de pós-graduação do ensino superior brasileiro. Em relação a isso, a partir de um arquivo de relatórios do período inicial da CAPES (1951-1964), este texto tem como objetivo específico arquivar o modo como a forma “área de conhecimento” emerge em uma série documental da CAPES. Com uma perspectiva arqueogenealógica, esta pesquisa se filia aos estudos arquivísticos foucaultiano, de modo que a noção de arquivo ganha caráter teórico-metodológico, na medida em que é o ponto de partida do trabalho empírico, mas também é o que proporciona desenvolver a problematização dos seus resultados. É possível afirmar, com base nos relatórios de atividades arquivados, que a forma “área de conhecimento” não era utilizada inicialmente para a organização dos cursos de graduação e pós-graduação brasileiros. A maneira pela qual a CAPES organizava os cursos de graduação e pós-graduação em seu início era variada, conforme os dados disponíveis e os interesses de atuação da agência, limitando-se em dividi-los variavelmente em: ramos de ensino, campos de ensino, campos de estudos, campos e assuntos.