A proposta deste texto é apresentar reflexões acerca dos movimentos espontâneos infantis, nos espaços escolares, capturados em vídeo, e suas contribuições para o entendimento das aprendizagens escolares. Estas reflexões são advindas das experiências docentes vivenciadas enquanto bolsistas do Programa Residência Pedagógica, numa universidade pública federal, da baixada fluminense, no Rio de Janeiro, em parceria com a escola pública do município da região. Compreendemos o vídeo como elemento que pode ser utilizado não apenas para nos ajudar a captar e interpretar uma determinada experiência social, mas também para produzir conhecimento sobre ela. Tivemos a oportunidade de gravar e editar um vídeo registrando o momento do recreio escolar. Foi importante entender o recreio como um tempo e um local de ações espontâneas para nos fazer perceber as diferenças de atitudes das crianças em espaços menos controlados. O vídeo foi feito no pátio escolar, a câmera na horizontal, próxima ao chão. O que se tem na imagem registrada são os passos feitos no momento do recreio. Há diversas crianças andando de um lado para o outro, pulando, correndo, rindo, falando alto. O objetivo foi capturar a espontaneidade do momento, as brincadeiras na hora do recreio e as interações infantis. Dessa forma, o que o vídeo se propõe a mostrar é a existência de vida, de alegria, de espontaneidade das crianças no espaço escolar. É possível pensar num espaço escolar que considere a experiência infantil como interação, diálogo, como modo de dizer de si para o outro, nas brincadeiras, quer coletivas e/ou individuais.