A formação territorial do Centro Histórico de Belém (CHB) é corolário de contextos sociais, políticos e econômicos decorrentes de políticas coloniais, militares e democráticas entre os séculos XVII e XX. Equipamentos urbanos como o Complexo Feliz Lusitânia são aqui ativados a fim de explorar a estratégia política de desenvolvimento espacial e social. Este artigo objetiva analisar se as requalificações urbanas empreendidas no CHB possibilitaram a efetivação de práticas participativas relacionadas ao patrimônio cultural, evitando o esvaziamento, insegurança e preservação de áreas centrais históricas. Aqui apresentamos que as requalificações urbanas empreendidas no CHB possibilitaram a efetivação de práticas participativas relacionadas ao patrimônio cultural, evitando o esvaziamento, insegurança e preservação de áreas centrais históricas. O atual processo de requalificação urbana no CHB vem sendo caracterizado principalmente pelas operações urbanas consorciadas e por práticas participativas oriundas da sociedade civil organizada. Esta última, se encerra no exemplo do Projeto Circular Campina-Cidade Velha, que oportuniza a ressignificação de equipamentos urbanos para instalar neles novas funções e usos. A crescente potencialidade da intervenção cidadã por meio da prática social tem sido explorada em diversas pesquisas nos campos do planejamento e da geografia urbana, principalmente por explorar a problemática residente na relação entre o saber especialista e a participação social. As requalificações urbanas implementadas no CHB possibilitaram a criação de práticas participativas de uso e apropriação do espaço, mesmo após intensos processos de gentrificação e segregação espacial. São aparentes na paisagem as marcas deste atual estágio da apropriação democrática da cidade.