As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) constituem um importante problema de saúde pública, afetando diversos segmentos sociais em todo o mundo. Nesse contexto, a sífilis se destaca, no Brasil, pela elevada prevalência, apesar de apresentar diagnóstico e tratamento bem estabelecidos. As ISTs são abordadas, sobretudo, a partir de um direcionamento focado no público jovem. Contudo, as evidências apontam para a tendência de um significativo aumento das ISTs na terceira idade, o que ratifica a necessidade da promoção de saúde e prevenção de doenças para a categoria. Logo, observar os fatores epidemiológicos relacionados à problemática torna-se fundamental para a compreensão da situação no decorrer do tempo, a fim de estimular uma oferta de saúde mais direcionada às necessidades específicas do grupo em questão. Este estudo busca analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis adquirida na população idosa brasileira e os fatores relacionados. Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico desenvolvido através de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do período de 2011 a 2021. Foram incluídos dados da população com sessenta anos ou mais, utilizando as seguintes variáveis: ano de notificação, região de notificação, sexo e escolaridade. Observou-se aumento da notificação de 2011 a 2019, com queda em 2020 e 2021. O número de casos na faixa etária é diretamente proporcional ao de casos na população total em todas as regiões, destacando-se a Região Sudeste. A população masculina é a mais atingida na faixa etária de sessenta anos ou mais. No tocante à escolaridade, menores taxas são observadas na população com ensino superior completo e incompleto. De uma forma geral, em comparação à população de jovens e adultos, há diminuição da ocorrência com o envelhecimento, a partir dos sessenta anos. Entretanto, o acometimento na população idosa é significativo, demandando uma maior atenção à saúde sexual do grupo.