O aumento exponencial da população idosa em conjunto com a baixa adesão ao uso de preservativos nas relações sexuais pode transformar os idosos em alvos de ISTs, sobretudo a sífilis. Nesta perspectiva, esse estudo teve o objetivo de analisar a série temporal de idosos diagnosticados com sífilis residentes de João Pessoa-PB no período de 2010 a 2020. Realizou-se um estudo transversal, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), sendo extraídos através do TabNet/DATASUS. Foram realizadas as análises descritivas absolutas e relativas aos grupos de variáveis utilizadas, sendo: casos confirmados, casos com classificação ignorado/em branco e inconclusivo, ano de primeiros sintomas e faixa etária. Calculou-se a taxa de detecção da doença dividindo o número anual de casos confirmados em idosos pela população estimada de idosos em cada período, multiplicado por 100 mil habitantes. Identificou-se, no período analisado, um total de 178 casos notificados para sífilis adquirida em idosos residentes de João Pessoa. Desses, 38,2% (n=68) foram confirmados; 1,1% (n=02) descartados, e 60,7% (108) tiveram suas investigações ignoradas ou inconclusivas. A taxa de detecção também apresentou tendência crescente a partir de 2018, chegando a 29,3 casos por 100 mil habitantes em 2019. A queda da taxa de detecção apresentada em 2020 pode ter sido potencializada pela pandemia da COVID-19. Salienta-se o alto número de notificações com classificação ignorada/inconclusiva, o que pode subnotificar a magnitude dos casos de sífilis em idosos. Dessa forma, o estudo evidencia a necessidade de planejamento e desenvolvimento de ações eficazes e multidisciplinares de prevenção, assistência e vigilância, adaptadas a esse público.