Condições de comprometimento cognitivos associadas à idade são uma pauta recorrente no cotidiano do profissional de saúde. Porém, por se tratarem de quadros de espectro abrangente e impactante, é necessário uma investigação cuidadosa a fim de garantir os tratamentos mais adequados aos pacientes, o que só é possível através do uso de diversas técnicas que envolvem a atuação de uma equipe multiprofissional capacitada. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo o relato de um caso clínico neuropsicológico, avaliado por um serviço de neuropsicologia de uma paciente cujo quadro sindrômico condiz com comprometimento cognitivo leve multidomínio de etiologia mista, apresentando todo o processo de diagnóstico, que envolveu uma série de testes neuropsicológicos, como: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e a Escala de avaliação da Demência – 2ª edição (DRS-2). Após o início de suas queixas em 2012, a paciente foi tratada como um possível caso de Doença de Alzheimer, hipótese descartada após 2 anos de tratamento. Sob avaliação, a paciente foi submetida a dois períodos de avaliações criteriosas, sendo a segunda uma reavaliação após 1 ano, cujos resultados comparativos demonstraram o caráter degenerativo da condição, sobretudo nos critérios de atenção, iniciativa e perseverança, e funcionalidades instrumental e básica. Como resultado das investigações, chegou-se ao diagnóstico sindrômico de: amnésia anterógrada; síndrome disexecutiva; défice de atenção, com presença de apatia; e déficit funcional moderado. Dessa forma, conclui-se que é necessário o acompanhamento contínuo da paciente a fim de garantir a melhor qualidade de vida possível, com o próximo passo sendo a determinação das possíveis etiologias da condição, cuja suspeita clínica mais relevante é de ordem vascular.