Introdução: A Chikungunya produz sintomas de morbidade prolongados e socialmente debilitantes. A dor nas articulações é o que caracteriza a fase crônica, durando de semanas a anos após a infecção inicial, afetando a qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: Analisar as características da dor persistente e suas repercussões em pessoas com diagnóstico clínico de Chikungunya em fase crônica. Métodos: Estudo observacional de corte transversal, com amostra por conveniência, constituída por 40 indivíduos com idade média de 62,4 ± 7,5 anos. Os dados analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20, sendo realizada análise descritiva por meio da mediana e percentis 25% e 75% (P25; P75%). Para descrever a dor persistente e as repercussões, foi utilizado o Inventário Breve de Dor (IBD). O estudo foi submetido e aprovado em Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Resultados: A quantidade de articulações dolorosas foi igual a 12 (P25; P75%: 9; 16), já o número que melhor descreve a “média da dor” que o indivíduo sentiu foi representado pela mediana de 5,5 (P25; P75%: 5; 8). Ademais, no que melhor descreve o quanto a dor interferiu nas últimas 24 horas, sendo a escala 0 (não interferiu) e 10 (interferiu completamente): atividades geral (6; P25; P75%: 3; 7,75); trabalho, incluindo atividades do lar (5; P25; P75%: 3; 7,75); sono (5,5; P25; P75%: 0,75; 8); caminhar (5; P25; P75%: 2,25; 6); humor (1; P25; P75%: 0; 7,75). Conclusão: A dor crônica decorrente da Chikungunya interferiu de forma substancial em aspectos socioeconômicos e psicológicos dos indivíduos. Portanto, a reabilitação destes pacientes requer uma abordagem integral que considere estes aspectos, a ser desenvolvida de modo a minimizar o impacto da dor crônica na qualidade de vida.