Com as transições epidemiológica e demográfica, a estrutura etária de uma população sofre alterações, instigando mudanças em outras áreas, como na economia, previdência e serviços de saúde, por exemplo, com o escopo de atender às demandas advindas dessas alterações. Este trabalho tem como objetivo geral analisar a estrutura etária do Brasil e de algumas unidades da federação, com ênfase no processo de envelhecimento populacional. A metodologia adotada foi a elaboração de indicadores de estrutura etária, a partir dos dados de população residente recenseada (2010) e projetada (2020 até 2060 para o Brasil e até 2030 para UFs). Os principais resultados indicam que o processo de envelhecimento brasileiro é célere, somando-se 33,7% de pessoas com 60 anos ou mais em 2060, ou 73,5 milhões de idosos; esses números absolutos perfazem uma Razão de Suporte Potencial (pessoas ativas de 20 a 59 anos em relação aos idosos) de 1,61 para homens idosos e 1,29 para as mulheres idosas, ou seja, pouco mais que uma pessoa ativa para um idoso. As UFs mais envelhecidas, em 2030, serão Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais, com percentuais de idosos acima de 20,8. Ressaltam-se os números absolutos de idosos, superiores a 4,6 milhões nessas UFs – há que se pensar em indivíduos precisando de cuidado, companhia, entre outros tipos de suporte; assim como as Razões de Suporte Potencial femininas mais baixas que as dos homens idosos, considerando-se que saem do mercado de trabalho mais cedo e são mais longevas. Os cenários futuros da estrutura etária exigem que a sociedade se debruce sobre esses números, resultados vitoriosos no tocante à sobrevivência e longevidade, e subsídios para o planejamento de ações, visando o redesenho de políticas para o envelhecimento e, principalmente, aquelas que envolvem os recursos e contratos intergeracionais.