As neoplasias gástricas, decorrentes da complexa interação entre fatores de risco genéticos, ambientais e infecciosos, ainda constituem um importante fator de morbimortalidade no mundo, especialmente por cursarem, de forma frequente, com quadros clínicos oligossintomáticos, os quais prorrogam o seu diagnóstico. Nesse cenário, a vulnerabilidade psicológica frente à descoberta do câncer predispõe o indivíduo ao comportamento suicida, em particular na vigência de dores refratárias à analgesia. O presente estudo objetivou analisar a produção científica internacional acerca do comportamento suicida em pacientes com neoplasias gástricas. Para tanto, realizou-se um estudo bibliométrico, com a aplicação de métodos quantitativos e qualitativos na análise de obras científicas, seguido da revisão lexical através do software IRAMUTEQ. A busca literária na Biblioteca Virtual em Saúde, com o uso dos Descritores em Ciências da Saúde “Stomach Neoplasms” e “Suicide” resultou em 78 artigos, entre os anos 1972 e 2023, dos quais foram designados 10 documentos para compor a amostra final, a partir dos critérios de elegibilidade. Assim, notou-se que a quantidade de publicações sobre a temática é maior nos últimos 13 anos, com uma presença unânime do idioma inglês e um destaque do continente asiático nos estudos. Considerando a frequência de palavras nos artigos, aquelas que mais se repetiram foram: “câncer”, “risco” e “suicídio”. Logo, identificou-se que indivíduos diagnosticados com neoplasias estomacais possuem um alto risco de desenvolverem transtornos mentais que culminam na ideação e na ação suicida. Além disso, viu-se que há fatores sociodemográficos e clínicos que contribuem para um desfecho clínico negativo, como sexo masculino, estado civil solteiro, baixa renda, estágio avançado da doença no diagnóstico e sofrimento psicológico, diarreia e dores como sinais e sintomas associados. Ressalta-se, portanto, a importância do cuidado multidisciplinar, do apoio terapêutico-comportamental e da atenção aos fatores de risco modificáveis como estratégias de prevenção ao suicídio por pacientes com neoplasias estomacais.