Em decorrência do envelhecimento mundial da população e a necessidade de um olhar diferenciado para esse público, surgiu, então, a iniciativa conhecida como “A década do envelhecimento saudável”, que propôs a melhoria da qualidade de vida, principalmente, dos idosos. Infelizmente, a década esperada foi interrompida pela pandemia da COVID-19, que ao invés da promoção da saúde idealizada, trouxe muitas mortes, sobretudo na comunidade 60+. Dessa maneira, a assistência na saúde do idoso se manteve voltada ao tratamento de doenças, negligenciando a integralidade do cuidado em saúde. Diante disso, manifestou-se a necessidade de ampliar esse olhar, a fim de corroborar com o cuidado integral ao idoso, superando o modelo biomédico em saúde enraizado. Este trabalho relata a experiência de uma estagiária de enfermagem da UFPB, durante a assistência aos idosos nas atividades do hiperdia de uma UBS, no município de João Pessoa. Assim, durante os encontros, focados apenas na assistência da equipe ao hipertenso e diabético, foram acrescidas, no roteiro, avaliações multidimensionais à pessoa idosa, aprofundando, de forma individualizada, questões relacionadas à cognição, capacidade funcional, relações sociais, arranjos familiares, redes de suporte, e percepção da própria saúde. Com isso, foi percebido como aquele olhar diferenciado deu uma abertura maior para entender o processo de saúde-doença do idoso, uma vez que passamos a visualizá-los de forma integral, correlacionando seu estado de saúde à sua realidade vivenciada. Dessa forma, a experiência pessoal trouxe um estímulo maior para a construção de um perfil profissional com atenção voltada à saúde do idoso na atenção básica, tendo como objetivo transmitir aos profissionais que uma assistência melhor ao idoso, pode ser realizada de forma simples, rápida, capaz de contribuir com o fortalecimento de vínculos, através de um cuidado colaborativo, promoção da saúde e prevenção do declínio da qualidade de vida nos idosos.