A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa que causa declínio cognitivo, comprometimento na memória e nas atividades diárias, de forma progressiva. No entanto, ainda não existem dados conclusivos acerca do processamento sensorial na DA. Dessa maneira, o objetivo desse estudo foi investigar a discriminação cromática usando o teste de arranjo de cores Farnsworth-Munsell 100 Hue (FM-100) em pacientes com DA, em colaboração com pesquisadores da Rússia. Os participantes não apresentavam discromatopsias. Um total de 14 pacientes com DA (M = 74,3 anos; DP = 4,1 anos) e 60 tricromatas saudáveis (M = 38,8 anos; DP = 1,4 anos) participaram do estudo. Os resultados indicaram prejuízos gerais (mais erros, Total Error Score) em pacientes com DA (p < 0,001). Os prejuízos não tiveram especificidade para os eixos de cores. Não houve predição em modelo considerando itens da escala MoCA para cognição (p > 0,05). No entanto, maior escolaridade foi responsável por melhor desempenho dentre os pacientes com DA (p < 0,001). Os resultados indicam que os prejuízos sensoriais na DA podem tanto decorrer do envelhecimento quanto pela deterioração das fibras corticais. Reservas cognitivas parecem diminuir os prejuízos dentre pacientes. Dessa forma, esse estudo trouxe novas informações para literatura, podendo subsidiar outros trabalhos.